segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pela janela.

Que a chuva caia.
O vento passe - um furacão.
O amor acabe, mas não se esqueça do perdão.

Que a chama apague.
E a vida passe sem ilusão,
Os olhos fechem com lágrimas de adeus.

Que a onda quebre,
E a brisa leve...
Minha solidão.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Assimétrico.

Na minha condição adversa.
Eu poderia ser apenas sua imaginação.
Assim não precisaria de um coração.

Existiria apenas para ti,
Sentir-me-ia sempre que desejasse.
Sem grandes complicações.

Seria eu, o par perfeito.
Um bom sujeito, sem qualquer
Defeito ou distorção.

Desta forma não sentiria sua falta,
Seu aroma, seu sabor.
Nem teria o prazer de olhar-te nos olhos.

Pensando bem...
Prefiro ser de carne,
Não me importo se arde.

Mesmo que se acabe e não sobre nem o oco,
Transfomando- se em algo sem valor.
Ainda que o beijo tenha gosto de isopor.
Os olhares opacos renunciem o amor.
Ainda assim, estranhamente arrisco.

Estranha vontade que não sacio,
Parece congênita em mim...
Sofrendo por gostar, e gostando de sofrer.

Estranho sou eu,
Estranha é você.

Estranha vontade de infringir o silêncio,
Escondido nas palavras de um poema
Simples, dialético, completamente assimétrico.