quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Sem título V

Cada vez mais quieto para escutar
Mais de perto as coisas quase não
Ditas.

Quebro minha voz e enfatizo os meus gestos.
Tento, decerto, ser o intervalo da vida, para
Construir a melodia nos passos do dia a dia.

Com volume quase no zero, deixo o bem,
Bem de perto, àqueles que lêem além das
Mensagens ditas aos cegos.

O real quase sempre me frustra, o humano
Me assusta. Mas as feridas se fecham toda vez
Que alguém compreende o silêncio.

Sem título IV

Permaneço sem ti.
Quero teu ser em mim como já
fostes antes. E não apenas o desejo.
Sem sentimentos...
Fica tudo sem sentido.

Preciso da dor, do ter e da prece.
Mas não quero zambetar carregando este
amor bêbado, descontente e ressacado.
Desta vez se perecer, não haverá luto.
A hora da luta terá passada.

Sereno, convivo com as diferenças.
Mas se tiro a poeira dos ambientes,
Atiro em mim.