quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sem título I

As pernas entrelaçadas,
E a carne quente, afebril.
Corpos ávidos, sem pudor.

Safados, mas serenos.
Dependendo de quem for,
Pode ser ou não amor.

Olhares se cruzam sem pecado.
Sussurros ao pé do ouvido calam-se.
A respiração falha.

E ao descansar...
A carne trêmula
Não significa exatamente o fim.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Caminho o meu caminho.



A faca que uso para untar o pão,
Limpo a língua.
Sem receio do corte.

Em momentos com meu café
Aproveito o sabor meio amargo.
Arrisco o queimar da boca, pelo prazer.

Nas noites de chuva,
O banho é de água fria...
Ou um pouco mais que fria.

Só nasci para arriscar.
Aqui vim, para sentir
Desde a tez, à decepção.

Aventuro-me sem grandes condições.
Umas vezes por descobertas,
Ora ou outra por falta de direção.

Não sei bem.
Mas estou ainda assim, inteiro,
Talvez por sorte.

Sem medo da queda, jogo-me.
Sem medo de ter, tenho.
Sem medo do fim, sigo.

domingo, 10 de maio de 2009

Vininha Avisou.

Não me agrada a idéia de saber
Que nunca mais irei provar o beijo.
Espero um brilho de alívio no olhar.

Não sei bem aonde vou.
Minha alma vaga durante a noite
Buscando um ensejo para voltar.

Sem êxito, vou tentando apagar.
Escondendo o desejo de enfrentar.
Ouvindo conselhos de quem quer ajudar.

O poeta avisou...
“A distância não existe”.
Hoje sinto na pele o significado disto.
Apenas O nome provoca arrepios.

Bem ou Mal, Proposital.

Destinos distintos se cruzam...
Deste atrito nascem faíscas
Que acendem a vida.

Relações indefinidas.
Compartilhadas, usadas, traídas.
Amores, saudades, feridas.

Lembranças intensas na mente,
Desejo presente na carne entre os dentes.
Convívio ciente - pessoa errada à frente.

Sem saída...
Encara, enfrenta, atiça.
Joga-se de vez e cativa.

Acorda suado, sentindo o sabor.
Era apenas delírio...
É saudade mesmo, querida.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Futura conversa com um velho amigo.

Se pudesses dizer-me algo, certamente falarias para eu continuar.
Em todas minhas vontades... minhas verdadeiras vontades:
Falar tudo que sinto.
Lutar pelas causas que acho justas, mas que evito por medo de estar sozinho.
Tenho certeza que dirias também para não desistir do amor.
Não só do amor fraternal, aquele se tem pelos amigos, irmãos – de sangue ou não – mas o qual “só é bem grande se for triste”, aquele que não podemos ter “medo de sofrer”.
Dir-me-ia também... “há sempre uma mulher à sua espera com os olhos cheios de carinho e as mãos cheias de perdão”, a fim de me consolar.
Mas depois da terceira ou quarta dose de uísque, eu contaria a história por completo.
Você me diria o segredo, “mas tudo isso não adianta nada se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a grande amada para viver um grande amor”.
E em alguns momentos me sentiria confiante... Outros nem tanto.
Então sabiamente irias resumir tudo em poucas palavras “sei lá... a vida tem sempre razão”.

Balanço III (Peres\Markus)

À tarde, de outras tardes quaisquer,
O balanço continua a oscilar,
E quem o faz, lembra de alguém.
Um amor deixado para trás.
Uma oportunidade que o tempo não traz mais.
O sorriso e ternura de um certo rapaz.
Mas quem adivinharia que tudo passaria tão rápido?

Naquele momento conseguia enxergar com clareza
Quantas oportunidades foram perdidas,
Quantas palavras não foram ditas,
Quantas ações foram reprimidas.

Sentiu-se incapaz de entender...
Algo que antes parecia ser complicado,
Era agora tão claro!
Já não fazia sentido ter calado.

Balanço II (Peres\Markus)

À tarde, o balanço oscila.
E a jovem que o faz, viaja...
Nos altos e baixos, atos e talhos da vida.
Deseja um bom futuro, pensa em soluções,
Resguarda seus arrependimentos
- são apenas devaneios –
Aceita o que foi feito.

Descuidada lembra-se de um amor.
Recorda sua infância e o inocente fervor que sentia ao vê-lo.
Sente certa vergonha por hoje não sentir apenas o coração sem freio.

Deseja muito mais que beijos.
Está incerta do desejo.
Espera que seja verdadeiro.