Inquieto para achar no outro um
Pedaço meu. Imagino semelhanças
Mesmo que irreais. Ilusão consciente.
Em verdade vejo leitos.
Corpos doentes, imperfeitos.
Provando o quanto somos frágeis.
Somos homônimos.
De pé, me vejo ali deitado,
Sem saber bem o porquê.
No entanto os vejo...
Sinto algo. Não digo nada.
Prefiro esquecer.
Troco de alma com os corpos
Já castigados pela dor
E vejo que também estou doente.
Outras tantas me esqueço da figura humana.
Conforto-me ao lembrar que não
Tenho sido desigual, nem desumano.
E é confuso saber que não sou obrigado
A ajudar, mas que é necessário mudar.
Um dia hei de morrer, com ou sem dor.